A
TELEGRAFIA
Autoria : Mário Keiteris - PY2 M X K -Radioamador
Veterano e Escritor
junho
/12
A telegrafia é a arte de transmitir
mensagens codificadas a distância, através de um aparelho
especifico chamado telégrafo, que pode ser por sinais
através de fios ou sem fios (radiotelegrafia). Telegrafia;
Código Morse; C W; Continuos-Waves ou Carrier-wave (em
inglês); codificação; transmissão cifrada; traduzimos tudo
isso como linguagem sonora. Os
sons diferenciados produzidos ao manipularmos o telégrafo
são capazes de oferecer um perfeito entendimento ao ouvido
humano, o sistema é representado por sinais de convenção
internacional. Há sinais maiores e sinais menores além de
espaços em cada letra e o ritmo é que dará a diferença entre
as letras os números ou as acentuações. Como os sinais
formam o som, cada caractere, letra, número, acentuação ou
pontuação tem o seu som característico, tornando-se
inconfundível o som de uma letra, com o de outra letra
qualquer ou com algum número, pois o som difere, como a
telegrafia é uma linguagem produzida por som e ritmo
torna-se uma linguagem cifrada; assim a grosso modo temos
aqui resumidamente a telegrafia.
A telegrafia com fio, podemos definir como a transmissão de
mensagens em sinais de Código Morse, com o auxilio da
corrente que circula através do circuito elétrico ligados
pelo fio entre o equipamento transmissor com o receptor
(este sistema foi muito utilizado pelas companhias de
estradas de ferro no mundo inteiro.
A telegrafia sem fio (também chamada de T.S.F.), é a
mesma transmissão em Código Morse, sendo que os sinais aqui
são transportados pelas ondas eletromagnética do rádio
através do espaço. A
primeira transmissão de telegrafia sem fio no mundo, sem
duvida nenhuma e com toda certeza deve-se ao Dentista e
Pesquisador norte americano MAHLON LOOUMIS.
Este pioneiro norte americano conseguiu irradiar e receptar
pulsações causadas pela produção de um distúrbio elétrico na
atmosfera, conforme consta anotado nos Arquivos de Patentes
Americanas, esse fato e a Patente do aparelho aconteceu no
ano de 1.872, nesta época Looumis foi chamado de pioneiro da
telegrafia aérea.
Já o aparelho telegráfico foi inventado no ano de 1.835, por
um pintor norte americano, SAMUEL FINLEY BREESE MORSE, que
além de inventar o telégrafo, norteou e elaborou o
respectivo código, que também leva o seu nome.
O Código Morse, até hoje é conhecido, utilizado e difundido
em todo o mundo (são sinais constituídos por pontos e traços
isso em uma demonstração gráfica mais simples), é o único
utilizado no radioamadorismo com equipamentos simples, esse
código consiste de várias combinações de som e ritmo,
formando letras, números, sinais de pontuação e outros
símbolos gráfico.
O som geralmente toma a forma de uma elevada tonalidade de
áudio, nas freqüências de 420 até 1.740 Hertz por segundo,
dependendo da preferência individual de cada operador na sua
recepção, desta maneira é produzido sons diferenciados, cada
letra, número ou pontuação tem o seu som característico
(musiqueta), tornando-se inconfundível, pois o som difere,
isto acontece porque a variação no ritmo e nos sinais de
mais longos e curtos do som de cada caractere, usados nas
comunicações telegráficas para transmissão de mensagens.
Já a telegrafia sem fio, (T S F), via rádio, através das
ondas eletromagnéticas foi oficialmente patenteado (uma
patente do ano de 1.896 na Inglaterra, mudou o rumo da
historia), pelo engenheiro italiano Gugliemo Marconi, quando
no ano de 1.895, iniciava a transmissão e recepção de sinais
do telégrafo de Samuel Morse, sem fio (T.S.F.), via ondas
eletromagnéticas através do rádio, dois anos depois das
transmissões feitas em São Paulo pelo nosso patrício Padre
Roberto Landell de Moura. Quero aqui
relembrar a importância da telegrafia na trágica colisão do
enorme e moderno transatlântico TITATIC contra um iceberg as
23:41 hs., do dia 14 de abril de 1.912, em sua viagem
inaugural entre as cidades de Southampton, Inglaterra e New
York, nos Estados Unidos.
As 00:15 hs., do dia 15 a estação de rádio começava a
transmitir ao mundo dentro dos limites do rádio daquela
época através do telegrafista chefe Philips, as letras C Q
D, C Q D, na época era o sinal tradicional para pedir
socorro, seguidas de M G Y, que era o prefixo do navio
TITANIC, C Q D, significa : "Came Quik Disaster",
(traduzindo: Venham Depressa Desastre), A partir deste
momento os dois telegrafistas do Titanic passaram a
transmitir esta mensagem de socorro sem descanso, o primeiro
navio a recepta-lo foi o "CARPHATIA", 58 milhas ao sul de
sua posição, rumando imediatamente para o local do desastre,
diversos outros navios captaram o pedido de socorro
inclusive o "OLIMPIC", irmão- gêmeo do Titanic que se
encontrava a 500 milhas de distância do local do desastre.
Consta nos noticiários da época de que até mesmo um
radioamador de New York, captou sinais de socorro do Titanic
e os retransmitiu.
A 01:30 hs., o telegrafista chefe Philips do Titanic
transmitiu aos ares o primeiro S O S da historia que
permanece até os dias de hoje como sinal de socorro, S O S
quer dizer "Save Our Souls" em inglês, que traduzindo quer
dizer : (Salve Nossas Almas). Letras do Código
Morse muito mais fáceis de se transmitir e receptar do que o
antigo Q S D, em casos de emergência.
Os telegrafistas do Titanic foram dispensados das suas
funções às 02:17 hs., e as 02:20 hs., o enorme
transatlântico desapareceu para sempre da superficie do mar
carregando em seu bojo 1.500 vidas humanas.
O rádio e o radioamador surgiram quase que simultaneamente
em virtude do grande interesse em pesquisar todos os
fenômenos eletromagnéticos.
O vertiginoso desenvolvimento tecnológico torna inadequada a
primitiva montagem artesanal de equipamentos, contudo
permanece aberto o extenso campo de investigações em torno
de antenas e da propagação dos sinais rádio-elétricos
transportados pelas ondas eletromagnéticas. Basicamente o
radioamadorismo compreende a emissão ou a recepção de
símbolos, caracteres, sinais escritos, imagens, sons ou
informações de qualquer natureza, entre elas a telegráfica.
O radioamador tem a finalidade de treinamento próprio,
comunicação , pesquisa técnica e o aprimoramento da
telegrafia, (CW; Continuos Wave em inglês).
Aqui não cabe discutirmos se a telegrafia hoje é ou não
ultrapassada, apenas vamos frisar e sustentar de que o
radioamadorismo, aquele levado a efeito por verdadeiros
radioamadores à título pessoal e que não visem qualquer
outro objetivo, a não ser o de treinamento próprio, tem a
obrigação e o dever moral de manter acesa e viva a chama da
telegrafia, pois esta é a única maneira de conseguirmos
legar ao futuro não muito distante os 162 anos herdados da
telegrafia de Samuel Morse.
Desde os primórdios da civilização, ávidos da necessidade de
comunicação a distância, levou o homem a criar inúmeros
sistemas que possibilitavam a transmissão de suas mensagens
entre dois pontos.
Estas transmissões originariamente foram através de sinais
sonoros ou luminosos emitidos num local, sendo traduzidos no
outro por um código comum. Entre os sistemas telegráficos
mais importantes no mundo figuram além do de Samuel Morse
(Estados Unidos da América do Norte), o de Wheastone
(Inglaterra), e o de Steinhail (Alemanha). O sistema de
Samuel Morse foi o que se apresentou de forma mais completa,
conservando suas linhas básicas até os nossos dias.
Em época mui recente foi criado o Comitê Internacional
Telegráfico nos Estados Unidos da América, com o intuito de
padronizar as transmissões telegráficas, adotando
codificações e freqüências normatizadas.
Autor : Mário Keiteris
- PY2 M X K
Na esperança de que o presente artigo seja do agrado de
todos espero seus comentários, críticas ou sugestões, pôr
agora despeço-me com um forte e cordial 73.
Nenhum comentário:
Postar um comentário