Cesar Veiga
ParaFolha da Classe
Jul 10 em 5:17 PM
Vamos esclarecer a pergunta...
Apesar de muitos dizerem que a
palavra “bafômetro” consta até em dicionários,
afirmo que esta denominação não
tem reconhecimento técnico;
Até porque, este aparelho não
existe.
Não utilize o termo
“bafômetro”,
mas sim o correto;
Que é “etilômetro”.
Uma simples mudança de hábito;
só isso...
Bem, vamos à questão...
RESPOSTA: Sim, o “etilômetro”
pode mostrar um resultado numérico, e este não indicar necessariamente que a
pessoa testada, tenha ingerido bebida alcoólica (etílica)...
Deixe-me explicar melhor!
Ocorre que certas substâncias são
muito parecidas com o “etanol” (são substâncias
químicas com estruturas moleculares similares àquelas encontradas no etanol),
mas o “etilômetro” não consegue detectar a “sutil diferença” entre elas.
Entenderam!?
Veja esse exemplo:
- Nunca ocorreu de você achar
que era uma pessoa, quando na realidade era outra?(Você simplesmente diz que
eram muito parecidas).
Pois bem, o “etilômetro”
também pode achar...
E ao achar que é,
ele dá até a quantidade.
E assim,
comete o erro...
E não era o etanol.
E em outras situações é o “etanol
sim” que o “etilômetro” identificou, mas...
E o “mas” é decisivo aqui.
Este etanol não veio de bebida
alcoólica não;
Ele pode estar presente em
outras substâncias que você ingeriu...
E como a função do “etilômetro”
é só identificar o “etanol” e não dizer de onde ele é proveniente,
ocorre este equívoco.
Você não tomou bebida
alcoólica,
mas têm etanol no organismo.
Bingo...
e o “etilômetro” o “achou”...
Nestes casos, os resultados
são ditos “FALSOS POSITIVOS”,
pois o aparelho diz que tem
etanol ou alguém muito parecido com o etanol,
naquele ar expirado dos
alvéolos pulmonares.
Mas como é você que interpreta,
você diz que é proveniente de
uma bebida alcoólica.
(E por vezes pode ser falsa a
sua afirmação).
E a culpa é de quem?
Outra dúvida que paira nos
testes do “etilômetro”,
se refere às características
orgânicas peculiares de cada indivíduo,
que são:
- o metabolismo (reações).
- o sexo,
- a etnia,
- tolerância individual,
- idade,
- habitualidade,
- o peso,
- alimentação,
- estado emocional...
Variáveis que podem,
ao menos em tese,
alterar os resultados dos
testes feitos nos “etilômetros”.
Também a “equipe” de operação dos testes
e o próprio “equipamento”
são suscetíveis de questionamentos.
Os operadores deverão ser bem treinados para operar o equipamento e,
se necessário,
acompanhar cursos de reciclagem periódicos sobre o mesmo.
Cada equipamento deverá ser calibrado de acordo com normas estabelecidas
pelo fabricante e,
essa calibração deverá ser realizada com sistemas especiais,
e em prazos rígidos.
Um equipamento eletrônico pode apresentar falhas em seu funcionamento e
na sua utilização.
Falei algum absurdo?
Portanto,
existem inúmeros determinantes nos resultados
que podem ser obtidos pelos “etilômetros”,
os quais podem gerar interpretações incorretas.
Diante das consequências de cunho administrativo e penal
advindas desses resultados,
todas as possíveis interferências devem ser eliminadas ou
minimizadas,
para que sejam evitadas punições indevidas.
Tal fato tem sido assunto muito debatido e,
devido à falta de melhores informações a respeito,
por vezes motoristas de fato culpados têm sido
inocentados;
ou o inverso...
O assunto no Brasil é
deficitário
e requer uma maior atenção dos
centros de pesquisa sobre o tema,
para uma elucidação mais
consistente
e não tão leiga.
Observa-se um “exército de
pessoas” sem a devida habilitação,
fazendo testes com produtos do
cotidiano,
e não apresentando o devido
conhecimento das metodologias,
da realização destes testes.
Traduzem seus resultados
deficitários sem “aval” científico,
originando uma infinidade de
informações não idôneas,
mas que se tornam verdadeiras
pelo fato de ainda estarmos em
uma sociedade
sem conhecimento profundo quanto
ao tema.
Então diria que seria
interessante,
evitar dirigir seu veículo,
quando o seu organismo estiver
acompanhado
de certas incógnitas,
como:
- xaropes e sprays (para asma,
antitosse, mau-hálito, expectorantes, descongestionante nasal...);
- sucos de frutas mal
acondicionados;
- enxaguante bucal;
- medicamentos homeopáticos e
fitoterápicos.
- bombom de licor;
- com hipoglicemia ou em jejum
prolongado;
- sendo diabético
metabolicamente descompensado;
- quando toma regularmente certos
medicamentos;
- usando perfumes
com diluentes alcoólicos...
Fica então o alerta...
E que na dúvida,
você repense,
e não dirija.
Abraços.
ACésarVeiga