sexta-feira, 11 de julho de 2014

Coluna - Cesar Veiga



Cesar Veiga
ParaFolha da Classe
 
Jul 10 em 5:17 PM
 
 
PERGUNTA DE ALUNO: Teacher, o resultado do “bafômetro” é 100% confiável?
 
Vamos esclarecer a pergunta...
 
Apesar de muitos dizerem que a palavra “bafômetro” consta até em dicionários,
afirmo que esta denominação não tem reconhecimento técnico;
Até porque, este aparelho não existe.
 
Não utilize o termo “bafômetro”,
mas sim o correto;
Que é “etilômetro”.
 
Uma simples mudança de hábito; só isso...
 
Bem, vamos à questão...
 
RESPOSTA: Sim, o “etilômetro” pode mostrar um resultado numérico, e este não indicar necessariamente que a pessoa testada, tenha ingerido bebida alcoólica (etílica)...
 
Deixe-me explicar melhor!
 
Ocorre que certas substâncias são muito parecidas com o “etanol” (são substâncias químicas com estruturas moleculares similares àquelas encontradas no etanol), mas o “etilômetro” não consegue detectar a “sutil diferença” entre elas.
Entenderam!?
Veja esse exemplo:
- Nunca ocorreu de você achar que era uma pessoa, quando na realidade era outra?(Você simplesmente diz que eram muito parecidas).
Pois bem, o “etilômetro” também pode achar...
E ao achar que é,
ele dá até a quantidade.
E assim,
comete o erro...
 
E não era o etanol.
 
E em outras situações é o “etanol sim” que o “etilômetro” identificou, mas...
E o “mas” é decisivo aqui.
 
Este etanol não veio de bebida alcoólica não;
Ele pode estar presente em outras substâncias que você ingeriu...
 
E como a função do “etilômetro” é só identificar o “etanol” e não dizer de onde ele é proveniente,
ocorre este equívoco.
 
Você não tomou bebida alcoólica,
mas têm etanol no organismo.
Bingo...
e o “etilômetro” o “achou”...
 
Nestes casos, os resultados são ditos “FALSOS POSITIVOS”,
pois o aparelho diz que tem etanol ou alguém muito parecido com o etanol,
naquele ar expirado dos alvéolos pulmonares.
 
Mas como é você que interpreta,
você diz que é proveniente de uma bebida alcoólica.
(E por vezes pode ser falsa a sua afirmação).
 
E a culpa é de quem?
 
Outra dúvida que paira nos testes do “etilômetro”,
se refere às características orgânicas peculiares de cada indivíduo,
que são:
- o metabolismo (reações).
- o sexo,
- a etnia,
- tolerância individual,
- idade,
- habitualidade,
- o peso,
- alimentação,
- estado emocional...
 
Variáveis que podem,
ao menos em tese,
alterar os resultados dos testes feitos nos “etilômetros”.
 
Também a “equipe” de operação dos testes
e o próprio “equipamento”
são suscetíveis de questionamentos.
 
Os operadores deverão ser bem treinados para operar o equipamento e,
se necessário,
acompanhar cursos de reciclagem periódicos sobre o mesmo.
 
Cada equipamento deverá ser calibrado de acordo com normas estabelecidas pelo fabricante e,
essa calibração deverá ser realizada com sistemas especiais,
e em prazos rígidos.
 
Um equipamento eletrônico pode apresentar falhas em seu funcionamento e na sua utilização.
Falei algum absurdo?
 
Portanto,
existem inúmeros determinantes nos resultados
que podem ser obtidos pelos “etilômetros”,
os quais podem gerar interpretações incorretas.
 
Diante das consequências de cunho administrativo e penal advindas desses resultados,
todas as possíveis interferências devem ser eliminadas ou minimizadas,
para que sejam evitadas punições indevidas.
 
Tal fato tem sido assunto muito debatido e,
devido à falta de melhores informações a respeito,
por vezes motoristas de fato culpados têm sido inocentados;
ou o inverso...
 
O assunto no Brasil é deficitário
e requer uma maior atenção dos centros de pesquisa sobre o tema,
para uma elucidação mais consistente
e não tão leiga.
 
Observa-se um “exército de pessoas” sem a devida habilitação,
fazendo testes com produtos do cotidiano,
e não apresentando o devido conhecimento das metodologias,
da realização destes testes.
 
Traduzem seus resultados deficitários sem “aval” científico,
originando uma infinidade de informações não idôneas,
mas que se tornam verdadeiras
pelo fato de ainda estarmos em uma sociedade
sem conhecimento profundo quanto ao tema.
 
Então diria que seria interessante,
evitar dirigir seu veículo,
quando o seu organismo estiver acompanhado
de certas incógnitas,
como:
 
- xaropes e sprays (para asma, antitosse, mau-hálito, expectorantes, descongestionante nasal...);
 
- sucos de frutas mal acondicionados;
 
- enxaguante bucal;
 
- medicamentos homeopáticos e fitoterápicos.
 
- bombom de licor;
 
- com hipoglicemia ou em jejum prolongado;
 
- sendo diabético metabolicamente descompensado;
 
- quando toma regularmente certos medicamentos;
 
- usando perfumes com diluentes alcoólicos...
 
Fica então o alerta...
 
E que na dúvida,
você repense,
e não dirija.
 
Abraços.
 
ACésarVeiga